A lipoaspiração foi criada na década de 80, com o objetivo de retirar grandes quantidades de gordura a partir de pequenas incisões. É um procedimento cirúrgico importante no que diz respeito ao trauma, devendo ser encarada da mesma forma que as demais cirurgias plásticas.
A hidrolipoaspiração, uma variante da lipoaspiração tradicional, tornou-se a nova sensação nas clínicas de estética. Em função do suposto baixo custo (entre R$ 1.500 e R$2.500) e da promessa de um procedimento cirúrgico rápido e sem sofrimento. Alguns cirurgiões consideram a hidrolipoaspiração como uma distorção da lipoaspiração verdadeira, com o intuito de torná-la menos perigosa. Mas trata-se de um procedimento invasivo que requer os mesmo cuidados de outra cirurgia.
Não se trata de um método de emagrecimento. É indicada para retirar gorduras localizadas. Os locais mais submetidos os procedimento incluem papada, braços, dorso (costas e flancos), abdômen, culotes, pernas e joelhos.
É comum a associação da lipoaspiração a outros procedimentos como abdominoplastia e mamoplastia.
As cicatrizes são muito pequenas, de 2 a 5mm e são colocadas em áreas escondidas, como sob a marca do biquíni, dentro do umbigo ou no sulco mamário. Geralmente são pouco notadas.
A cirurgia dura entre 1 e 3 horas, sob anestesia local, peridural ou geral. Pode ocorrer dor, edema, sensação de ardência, equimoses, fibrose e seroma.
Os pacientes necessitam utilizar uma cinta compressiva e placas de compressão, que auxiliam na redução do edema, aumento da aderência e prevenção de fibrose. O tempo de uso varia entre os cirurgiões, mas a média é de 1mês e meio. Fitas de silicones também são prescritas para as cicatrizes.
Com uma ou duas semanas de pós-operatório já é possível o retorno ao trabalho. E algumas atividades ficam restritas pelo período de 1 mês. Nos casos de hidrolipoaspiração, já é possível o retorno as atividades laborativas no dia seguinte ao procedimento.
A manutenção dos resultados vai depender dos hábitos e do estilo de vida adotados após a cirurgia, como a reeducação alimentar e a prática regular de exercício físico.
O Conselho Federal de Medicina estabeleceu, em 2003, normas de segurança para a realização da lipoaspiração, desde a indicação correta da técnica, os locais onde devem ser feitos, os cuidados pré-operatórios, até quem deve realizar a mesma, no caso, o cirurgião plástico. (
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2003/1711_2003.htm). Ressalta-se os seguintes artigos:
- deve ser executada em salas de cirurgias equipadas para atendimento de intercorrências inerentes a qualquer ato cirúrgico.
- nas sedações endovenosas, bloqueios peridurais, raquianestesias e anestesias gerais é obrigatória a participação do anestesista. Sua presença só é dispensável quando o ato cirúrgico for de pequeno porte e executado sob anestesia local sem sedação endovenosa.
- os volumes aspirados não devem ultrapassar 7% do peso corporal quando se usar a técnica infiltrativa ou 5% quando se usar a técnica não-infiltrativa. Da mesma forma, não deve ultrapassar 40% da área corporal, seja qual for a técnica usada.
- há necessidade de treinamento especifico para a sua execução, sendo indispensável a habilitação prévia em área cirúrgica geral, de modo a permitir a abordagem invasiva do método, prevenção, reconhecimento e tratamento de complicações possíveis.
Segundo a SBCP, a cirurgia estética, nos últimos anos, vem sendo erroneamente realizada por ginecologistas, dermatologistas e endocrinologistas, que apesar de toda a experiência médica, não estão aptos a realizarem esses tipos de intervenções.
Cabe lembrar que a Medicina Estética não é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.
O Instituto de Defesa do Consumidor elaborou algumas dicas para quem pretende passar por um procedimento estético. São elas:
- o primeiro passo para quem pretende se submeter a uma cirurgia plástica é buscar todo tipo de informação sobre o profissional escolhido. Peça indicações com amigos e conhecidos que já realizaram o mesmo tipo de cirurgia e com médicos de confiança. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www.cirurgiaplastica.org.br) também pode ser uma base para consulta. Procure saber se o médico indicado é membro da SBCP e se possui o título de especialista.
- o paciente deve sempre avaliar capacidade profissional do médico.
- informe-se sobre a idoneidade do hospital ou da clínica que fará a operação. O estabelecimento deve ter alvará de funcionamento em dia e ser bem equipado para responder a emergência.
- na primeira consulta, o médico deverá responder todas as suas indagações numa linguagem compreensível. Pergunte onde vão ficar as cicatrizes; quais os riscos; como será o pós-operatório; se é possível alcançar os seus objetivos e desejos; quais as possíveis intercorrências e complicações.
- analise a viabilidade dos seus desejos (nem tudo é possível com uma simples operação) e avalie sua saúde física e psicológica. Observe ainda se você terá condições de cumprir o repouso e os cuidados pós-operatórios recomendados.
DICAS DO BLOG: Ao optar por realizar a hidrolipoaspiração escolha uma 5ª f ou 6ªf ou sábado para se submeter ao procedimento. Você terá alguns dias de repouso em casa e poderá ter ajuda de terceiros.
Compre duas cintas. Enquanto uma cinta estiver sendo lavada você terá a outra para substituí-la. O preço da cinta é variável de acordo com a marca. Se optar por uma cinta de marca diferente da prescrita pelo cirurgião plástico consulte-o antes da comprar.
Se achar que a costura da cinta esta marcando o corpo, tente utilizá-la do lado avesso. A compressão será a mesma.
A placa de compressão pode ser rígida ou flexível. O valor também varia entre as marcas. A maioria dos cirurgiões indica a rígidas. Na prática elas são melhores por evitar as marcas e linhas posturais.
O banho é recomendando 24hs após o procedimento, mesmo nos casos de hidrolipoaspiração. A maioria dos pacientes relata sensação de desmaio ao retirar a cinta para o 1º banho. Essa sensação pode ser reduzida se o paciente se alimentar adequadamente antes, caminhar alguns minutos antes de retirar a cinta e após a retirada deve permanecer um pouco sentada tentando manter o olha fixo a um ponto (diminui a vertigem). Recomendo que um acompanhante fique ao lado durante todo este processo e o banho.
Se você realiza o tratamento fisioterápico em casa opte por tomar banho antes ou depois da sessão. Você evita retirada excessiva da cinta durante o dia (quem operou sabe que esse processo é muito doloroso na primeira semana).
Consulte seu médico sobre o uso da arnica. Não há um consenso sobre o uso. Muitos cirurgiões pedem a suspensão pelo potencial vasodilatador e pelo sangramento que pode provocar.
Suspenda o fumo 1 mês antes da cirurgia e durante todo o processo de reabilitação.
A menstruação não é impedimento a cirurgia, mas programe-a fora do período menstrual. Caso seu fluxo seja muito intenso ou por questões de comodidade ou conforto avalie junto ao seu ginecologista a possibilidade de suspender a menstruação temporariamente. Na prática muitas pacientes acham que a higiene fica prejudicada por conta da cinta.
Acrescente ao valor da cirurgia o custo com duas cintas, placas de compressão, medicamentos que serão prescritos após a cirurgia, cosméticos que auxiliarão na cicatrização e o tratamento fisioterapêutico no pós-operatório.
E o mais importante: CONSULTE SEMPRE O SEU MÉDICO.
Na próxima postagem abordaremos o tratamento pré-operatório e o pós-operatório.
* Os dados postados aqui são apenas informativos.
Danielle Caetano